Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 03-08-2007

BRASIL - O PAÍS DO FAZ DE CONTA
Parafraseando Charles De Gaulle, definitivamente esse não é um país sério. Estamos assistindo, não de camarote, mas dentro mesmo do turbilhão dos problemas...
BRASIL - O PAÍS DO FAZ DE CONTA

Parafraseando Charles De Gaulle, definitivamente esse não é um país sério. Estamos assistindo, não de camarote, mas dentro mesmo do turbilhão dos problemas, a ineficiência às escancaras da administração pública federal em níveis que até bem pouco tempo atrás sequer se tinha conhecimento da existência de problemas do tipo.

O neoliberalismo implantado por FHC – tão combatido por Lula anteriormente – criou as agências reguladoras com o intuito de que a própria sociedade regulasse certas áreas, retirando o controle estatal. Pelo menos essa era a idéia.

Nosso vaiado presidente (nunca vi ninguém sofrer tanto com uma vaia), antes combativo guerreiro contra a criação das agências reguladoras, criou a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), em substituição ao extinto DAC (Departamento de Aviação Civil), e o resultado da resposta aos caos que se instalou não poderia ser outro, ou seja, ninguém assume a paternidade da criança. Ora jogam a culpa na ANAC, ora na Infraero, ora no Ministério da Defesa, ora na Aeronáutica.

Vou perguntar ao Presidente: Tem culpa eu?

Há uma coisa que venho falando desde o primeiro mandato do Lula: em vários setores estratégicos da administração pública, foram colocados dirigentes políticos e não técnicos. Além disso, as agências, que em tese deveriam servir para desestatizar o controle de certos setores, viraram mais um braço estatal. OK, vou dizer com todas as letras: viraram cabides de emprego para abrigar os apadrinhados políticos do PT e dos partidos que dão sustentação à base política do Governo Lula.

O resultado não poderia ser outro, ou seja, o caos se instalando em setores de enorme importância para a sociedade, como é o caso da aviação civil. Nem preciso me alongar sobre esse particular, ante a notoriedade dos recentes fatos envolvendo acidentes aéreos, caos nos aeroportos, sistemas de controle aéreo dando "tilt", etc.

E o que o Governo Federal está fazendo? Ora, tal como Pôncio Pilatos, lavando as mãos. O silêncio do Presidente depois do acidente de Congonhas lembrou-me a feição do Bush na escolinha que visitava, quando soube do ataque às Torres Gêmeas, em 11 de setembro de 2001. Ficou com cara de Bunda, se me permitem o termo popular.

Tudo bem... ele tinha acabado de sair do Maracanã debaixo de vaias, na abertura dos Jogos Panamericanos e estava fazendo beicinho. Aliás, como essas vaias mexeram com o Presidente... até hoje ele só fala nisso.

Uma coisa preocupante que deve ser noticiada é o fato de que corre, não à boca pequena, mas às escancaras, um comentário que vem sendo feito por políticos ligados ao Governo Federal aqui em Brasília: "O Lula não precisa se preocupar, pois sua base eleitoral não anda de avião".

A reação do Marco Aurélio "top-top-top" Garcia, assessor especial da Presidência da República, reflete bem o pensamento do Governo Federal, ou seja: "Exploda-se, o problema não é nosso"... "nossos eleitores não andam de avião".

Já que é assim, danem-se as universidades, pois o Lula é tosco no quesito cultura e educação. Dane-se a região sul, pois o Lula é nordestino. Dane-se o Rio de Janeiro, pois o Lula foi vaiado no Maracanã.

Definitivamente, esse não é um país sério...

Fonte: O Autor
 
Por:  Ronald Mignone    |      Imprimir