Categoria Ciência e Saúde  Noticia Atualizada em 26-11-2007

Cientistas fazem 'fábrica de órgãos' para salvar vidas
Pesquisadores querem que corpo seja tratado como máquina no futuro. Peças defeituosas seriam simplesmente trocadas.
Cientistas fazem 'fábrica de órgãos' para salvar vidas
Foto: http://g1.globo.com/

Válvulas do coração, vasos sanguíneos, pele e até uma bexiga humana, tudo produzido em laboratório. O Fantástico foi ve r de perto essa fábrica de órgãos que pode salvar a vida de muita gente.

No futuro planejado pelos cientistas, o nosso corpo será tratado pelos médicos quase como uma máquina. Peças que não funcionam direito ou ficaram velhas poderão ser trocadas por outras novinhas, construídas em laboratório.

Esse futuro está cada vez mais próximo. O Instituto de Medicina Regenerativa Wake Forest já está produzindo 22 órgãos e tecidos fora do corpo, como uma bexiga, um músculo ou uma válvula do coração. Daqui a alguns anos, eles poderão ser usados para substituir órgãos danificados pela idade, câncer, ferimentos ou má formação. Ainda é uma técnica experimental, mas já foi aplicada em alguns pacientes.

Kaityline Macnamara, de 18 anos, nasceu com uma doença chamada "Spina Bifida", caracterizada por má-formação da coluna vertebral. A doença afeta os movimentos e prejudica o funcionamento da bexiga.

Até os 11 anos de idade, Kaityline tinha que usar fraldas. Por isso, em 2001, a família concordou que ela, ao lado de outras seis crianças, participasse da experiência pioneira: receber uma bexiga construída manualmente em laboratório.

"Eu estou excelente, 100% melhor do que estava antes. Vou ao estádio de futebol e ao cinema com meus amigos. Vida normal: é assim que eu me sinto. É assim que as pessoas que me cercam me vêem", comenta Kaityline.

A pesquisa é comandada pelo doutor Anthony Atala. "Uma das grandes vantagens da medicina regenerativa é que usamos as próprias células do paciente para fazer os órgãos. Nós criamos o tecido e botamos de volta no paciente, por isso não há rejeição", diz o doutor Anthony Atala.

Em uma sala, ocorre o momento mais importante de todo o processo de criação de tecidos do corpo. Nela, os cientistas fazem as células crescerem e constroem, por exemplo, vasos sangüíneos. Máquinas simulam o funcionamento do corpo humano. A temperatura é a mesma do nosso corpo: 37ºC.

Dentro de uma máquina, tubos funcionam como as artérias, levando para as células alimento semelhante ao que existe no nosso sangue. De lá, vai sair um vaso sanguíneo novo em folha. O doutor Atala mostra que o vaso sangüíneo está quase pronto. É um tubo branco, envolvido por um líquido cor-de-rosa, pulsando no ritmo do coração.

"Do momento em que tiramos as células dos pacientes, as cultivamos e implantamos de novo, leva seis semanas, para muitos dos órgãos", explica o doutor Anthony Atala.

É, realmente, impressionante. Mas para órgãos mais complexos, como o coração, o laboratório está desenvolvendo uma técnica ainda mais sofisticada: em vez de fazer o trabalho todo à mão, os cientistas usam uma impressora. Em vez de tinta, os cientistas injetam células dentro do cartucho. A máquina é capaz de despejar 250 mil células por segundo e um programa de computador determina a forma que o órgão deve ter.

O doutor Tao Xu diz que um dos primeiros usos dessa máquina deve ser para reconstruir a pele, por exemplo, de pessoas queimadas. Ele prevê que isso poderá começar a ser testado em cinco anos e mostra como a pele danificada vai ser substituída.

"Por exemplo, digamos que eu seja o paciente e esteja deitado. Vai ser deste jeito: célula a célula, camada a camada", mostra o doutor Tao Xu.

A pesquisa pode parecer ficção científica, mas está recebendo investimento de grandes empresas americanas e chamou atenção do comando militar dos Estados Unidos. O Pentágono destinou um US$ 1 milhão para o instituto. A intenção é encontrar tratamentos para o crescente número de feridos em guerras como a do Iraque.

Cientistas americanos fazem 'fábrica de órgãos' para salvar vidas. Pesquisadores querem que corpo seja tratado como máquina no futuro. Peças defeituosas seriam simplesmente trocadas.

Fonte: Redação Maratimba.com

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Por:  Felipe Campos Estevão de Freitas    |      Imprimir