Categoria Politica  Noticia Atualizada em 26-11-2007

Bhutto apresenta candidatura para eleições de janeiro
A líder opositora Benazir Bhutto entregou os documentos para sua candidatura
Bhutto apresenta candidatura para eleições de janeiro
A líder da oposição pelo PPP, Benazir Bhutto Foto: AFP

A ex-primeira-ministra paquistanesa Benazir Bhutto entregou nesta segunda-feira (26) os papéis para sua candidatura às eleições parlamentares de 8 de janeiro, apesar de ainda não ter esclarecido se concorrerá ou não.

Bhutto, líder do Partido Popular do Paquistão (PPP), apresentou os documentos da candidatura pelo distrito de Lakarna, na região de Punjab, a poucas horas de terminar o prazo oficial para a entrega dos papéis à Comissão Eleitoral, informou o canal de televisão "Dawn".

Nas próximas horas, também o ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif deve apresentar sua candidatura. Ele voltou neste domingo (25) ao Paquistão, após sete anos de exílio, com o compromisso de "acabar com a ditadura".

Segundo a "Dawn", o irmão de Sharif, Shehbaz, e sua esposa, Kulsoom Nawaz, entregarão os documentos com suas respectivas candidaturas ao Parlamento pelo partido do ex-primeiro-ministro, a Liga Muçulmana do Paquistão-Nawaz (PML-N), mas este também não decidiu ainda se participará ou não do pleito.

No sábado passado, a aliança opositora APDM (que inclui o partido de Sharif) afirmou que boicotaria as eleições se o regime de Pervez Musharraf não suspendesse o estado de exceção em quatro dias.

Neste sentido, o presidente da aliança religiosa Muttahida Majlis-e-Amal (que também é do APDM), Quazi Hussain Ahmed, decidiu não se apresentar desta vez, mas outro membro de seu partido, Fazl-ur-Rehman, líder da oposição no Parlamento na legislatura anterior.

A Comissão Eleitoral deve rever as candidaturas entre amanhã e 3 de dezembro. Após um período de deliberação, as formações registradas poderão sair em 15 de dezembro, e a lista final será publicada um dia depois.

O Paquistão está em Estado de exceção desde 3 de novembro, quando Musharraf suspendeu a Constituição alegando o aumento da violência extremista e a ingerência dos magistrados na política do governo.

Chegada de Sharif
Milhares de simpatizantes receberam neste domingo (25) no aeroporto de Lahore o ex-primeiro-ministro paquistanês Nawaz Sharif, sete anos depois dele ter sido obrigado a se exilar pelo presidente Pervez Musharraf, que mantém o país sob estado de exceção.

Sharif, que foi primeiro-ministro em duas ocasiões, de 1990 a 1993 e de 1996 a 1999, chegou no fim da tarde procedente da Arábia Saudita, onde vivia exilado, a bordo de um avião emprestado pela família real saudita.

"Estou muito feliz por ter voltado", disse no desembarque. "É o melhor momento de minha vida."

Ele saudou os simpatizantes que lotaram o aeroporto de Lahore. "Estou agradecido a todos aqueles que me apoiaram. Me sinto muito humilde, estou entregue ao povo do Paquistão" acrescentou.

Desde a noite de sábado, milhares de pessoas celebravam sua volta nas ruas da cidade, em meio às rígidas medidas de segurança por causa dos temores de um atentado dos extremistas islâmicos, que em quatro meses já mataram 450 pessoas.

Há pouco mais de um mês, no dia de retorno do exílio da ex-premier Benazir Bhutto - adversária de Sharif nos anos 90 -, foi executado o maior atentado da história do Paquistão. Dois ataques suicidas deixaram 139 mortos e mais de 300 feridos entre a multidão que recepcionava Bhutto em Karachi.

Sharif chega ao Paquistão em um clima de extrema tensão, com a aproximação das eleições legislativas, previstas para 8 de janeiro. Antes da votação, a oposição e a comunidade internacional exigem o fim do estado de exceção, instaurado pelo general Musharraf em 3 de novembro.

As especulações são grandes a respeito da atitude que será adotada por Sharif, no momento em que Bhutto tenta unir a oposição contra Musharraf.

Sharif afirmou em várias ocasiões que é favorável ao boicote das eleições, mas Bhutto não defende tal medida. Seus partidos são as principais formações de oposição.

Um conselheiro de Musharraf afirmou que o ex-primeiro-ministro concluiu um acordo com o chefe de Estado antes de retornar ao país, sem revelar seu conteúdo, o que foi negado pela equipe de Sharif.

Sharif foi expulso do poder por um golpe de Estado do general Musharraf em outubro de 1999.
Em dezembro do ano seguinte, condenado à prisão perpétua por corrupção e má administração de recursos públicos, ele assinou um acordo com o governo de Musharraf que permitiu seu exílio na Arábia Saudita durante 10 anos, desde que não exercesse nenhuma atividade política relacionada ao Paquistão.

No dia 10 de setembro, depois que a Suprema Corte invalidou este acordo, Sharif tentou retornar ao país. No entanto, poucas horas depois de desembarcar foi obrigado a retornar à Arábia Saudita sob risco de ser preso.

Bhutto apresenta candidatura para eleições de janeiro no Paquistão. A líder opositora Benazir Bhutto entregou os documentos para sua candidatura. Neste domingo, o também opositor Nawaz Sharif voltou ao país após sete anos de exílio.

Fonte:

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Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir