Categoria Tragédia  Noticia Atualizada em 01-12-2007

'Aqui vivemos como mortos', diz a refém Ingrid Betancourt.
Ex-candidata presidencial da Colômbia é refém das Farc desde 2002. Na carta escrita para a mãe, Ingrid disse que não consegue mais se alimentar.
'Aqui vivemos como mortos', diz a refém Ingrid Betancourt.
Foto: AP

Aqui vivemos como mortos", relata a refém franco-colombiana Ingrid Betancourt, seqüestrada há mais de cinco anos pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), numa carta à sua família, segundo trechos do documento divulgados neste sábado (1º) à imprensa.

"Estou mal fisicamente. Não consigo me alimentar. Meu apetite está bloqueado. Meus cabelos estão caindo aos montes", conta a ex-candidata presidencial colombiana numa carta de 12 páginas dirigida à sua mãe, Yolanda Pulecio, cujos trechos foram divulgados neste sábado em Paris pelos comitês de apoio a Ingrid Betancourt.

"Amo a França de coração, pois admiro a capacidade de mobilização de um povo que, como dizia Camus, sabe que viver significa assumir compromissos. Todos esses anos foram terríveis, mas acho que nem estaria viva hoje se não fosse pelo compromisso que eles trouxeram a todos nós, que aqui vivemos como mortos", prossegue.

O Exército colombiano prendeu três rebeldes das Farc que tinham em seu poder vídeos, fotografias e cartas de 16 reféns do grupo, entre eles a ex-candidata à presidência Ingrid Betancourt, seqüestrada em fevereiro de 2002, e três americanos anunciou o governo colombiano na madrugada desta sexta-feira (30). Leia a reportagem do G1.

Seqüestrada em fevereiro de 2002, Ingrid Betancourt aparece num vídeo muito magra, imóvel, aparentando tristeza e cansaço extremo. Veja as imagens ao lado.

A carta de Ingrid Betancourt para sua mãe é uma das provas, divulgadas na sexta-feira (30) pelas autoridades colombianas, de que a ex-candidata presidencial está viva.

Os filhos da refém, Mélanie e Lorenzo, se disseram "felizes" de ver essas provas de vida - as primeiras desde um vídeo divulgado em agosto de 2003 - mas também "muito preocupados" com o estado de saúde de sua mãe.

Fonte:

Acesse o G1

 
Por:  Giulliano Maurício Furtado    |      Imprimir