Categoria Trag�dia  Noticia Atualizada em 28-04-2008

Para criminalista falta prova decisiva contra pai e madrasta
Para especialistas, falta prova inequ�voca para incriminar pai e madrasta de Isabella
Para criminalista falta prova decisiva contra pai e madrasta
Foto: Arquivo Pessoal

A morte da menina Isabella Nardoni, arremessada do 6� andar do Edif�cio London, na Vila Isolina Mazzei, na Zona Norte de S�o Paulo, completa um m�s na ter�a-feira (29). Para advogados criminalistas, os ind�cios revelados at� agora n�o s�o suficientes para comprovar a culpa de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatob�, indiciados por homic�dio triplamente qualificado (motivo torpe, crueldade e impossibilidade de defesa da v�tima).

Um m�s ap�s o crime, tantos os relatos de testemunhas, quanto os laudos do Instituto M�dico Legal (IML) e do Instituto de Criminal�stica (IC) n�o revelaram prova inequ�voca da autoria, dizem especialistas em direito penal consultados pelo G1. Eles opinaram com base em informa��es publicadas pela imprensa.

"Para condenar, precisa de prova. Qualquer d�vida, tem de absolver. H� o risco de o culpado n�o ser encontrado. Mais do que ouvir testemunhas, o que decidiria a parada � a per�cia", avalia o advogado M�rio Oliveira Filho, que defendeu Suzane Ritchtofen. Para ele, um exame nas unhas do casal, logo ap�s a morte de Isabella, eliminaria d�vidas.

O promotor respons�vel pelo caso, Francisco Cembranelli, discorda que autoria ainda n�o possa ser comprovada e diz possuir "elementos de provas suficientes para indicar que a fam�lia toda subiu junta e estava no apartamento no momento que Isabella foi lan�ada".

Ap�s a reconstitui��o do crime e o encerramento dos depoimentos, a expectativa � que as investiga��es sejam conclu�das nesta segunda-feira (28) e o inqu�rito, remetido ao Minist�rio P�blico de S�o Paulo. Para a pol�cia, Anna Carolina Jatob� asfixiou Isabella e Alexandre Nardoni lan�ou a crian�a do 6� andar do Edif�cio London.



Falhas
Advogados criminalistas acreditam que falhas na investiga��o possam ter contribu�do para a aus�ncia de provas cabais que comprovariam de quem � culpa. Em resposta �s cr�ticas, a secretaria de Seguran�a P�blica (SSP) informa que nenhuma den�ncia, que apontasse irregularidades na investiga��o, havia sido registrada at� sexta-feira (25) na Corregedoria da Pol�cia Civil.

"Tecnicamente, com base no que foi divulgado at� agora, ainda n�o d� para imputar a autoria do crime ao casal. N�o existe crime perfeito, pode existir uma investiga��o imperfeita que acabe inconclusiva", diz o advogado criminalista Leonardo Pantale�o.

A libera��o do apartamento � fam�lia � o im�vel s� foi lacrado definitivamente quatro dias ap�s o crime, no dia 2 de maio � e os diversos retornos da per�cia ao pr�dio s�o os principais alvos de cr�tica.

Assim como a cena do crime pode ter sido alterada, os criminalistas dizem que ind�cios de um terceiro suspeito � principal argumento da defesa do casal � possam ter desaparecido devido � n�o-preserva��o do apartamento ap�s a morte de Isabella. Para Leonardo Pantale�o, essas poss�veis lacunas devem ser exploradas pela defesa do casal em um eventual julgamento.

Para o advogado criminalista Sergey Cobra Arbex, a pol�cia foi precipitada ao revelar, logo ap�s o crime, suspeitas em rela��o ao pai de Isabella. "A autoridade policial tem de manter a discri��o e a serenidade, at� mesmo para preservar a possibilidade de extrair deles algum tipo de informa��o. Se fala quem � o culpado, a pessoa se retrai", diz ele.

A pris�o tempor�ria do pai e da madrasta, por oito dias, tamb�m foi criticada. "Achei um grande erro", avalia o advogado criminalista Alberto Zacarias Toron, que defendeu o juiz aposentado Nicolau dos Santos Neto e o ex-juiz Jo�o Carlos da Rocha Mattos. Ele ainda reconhece que a pol�cia "sabe aonde quer ir e faz um bom trabalho dentro do poss�vel".

Um pedido de pris�o preventiva seria "inadequado", na opini�o de Sergey Cobra Arbex. "Nenhum dos requisitos para pris�o preventiva embasa essa quest�o."



O que dizem os laudos
Laudo do Instituto M�dico-Legal (IML) a que o Jornal Nacional teve acesso aponta que a causa da morte de Isabella foi asfixia seguida de politraumatismo. Todo o processo de asfixia teria durado cerca de sete minutos. O agressor apertou o pesco�o de Isabella por cerca de tr�s minutos. Com dificuldade para respirar, ela desmaiou.

H� ind�cios de que a crian�a foi asfixiada na sala: a quantidade de sangue encontrada perto do sof� demonstra que a menina ficou parada ali. E o rastro de gotas de sangue, mais intenso na entrada, diminui no caminho para o quarto, o que indica que a menina j� estava desmaiada quando foi levada na dire��o da janela.

Segundo o promotor Francisco Cembranelli, havia sangue de Isabella no carro da fam�lia, o que a defesa do casal, que tamb�m teve acesso a laudos do Instituto de Criminal�stica (IC), contesta. O promotor disse que havia tr�s manchas de sangue no carro e apenas uma apresentava condi��es para fazer exame de DNA, porque algu�m tentou remov�-las.

Uma fralda teria sido usada para transportar a menina da garagem para cima. E, dentro do apartamento, uma toalha teria sido usada para limpar o sangue do ferimento da testa dela. O sangue, l� dentro, pingou de uma dist�ncia entre 1,20m e 1,30m. A altura � compat�vel com a do pai carregando a crian�a no colo.

As marcas de esganadura no pesco�o da crian�a seriam compat�veis com as m�os de Anna Carolina Jatob�. Os laudos ainda n�o foram divulgados oficialmente.

Para especialistas, falta prova inequ�voca para incriminar pai e madrasta de Isabella.

Fonte:

Acesse o G1

 
Por:  Felipe Campos    |      Imprimir