Categoria Politica  Noticia Atualizada em 16-09-2008

Eleições 2008
Desconfiança de eleitor faz Futura perder espaço para institutos que têm mais credibilidade no ES
Eleições 2008
Foto: Syã Fonseca

Diante das suspeitas de manipulação nas pesquisas do Instituto Futura, outras empresas vêm se destacando no Estado no quesito credibilidade. Mas não é tão fácil ser alternativa. Os institutos menores vêm sofrendo com o cerco do Futura, que tem abordado os candidatos de norte a sul do Estado. Mesmo diante das várias denúncias que enfrenta, o instituto insiste em dizer que é isento. Entre as empresas que aparecem como alternativa para os candidatos, o Instituto de Pesquisa e Estatística do Espírito Santo (Ipeses) vem se impondo no sul do Estado. Com apenas quatro anos de existência, a empresa ganhou nesta eleição a confiança dos eleitores e dos candidatos. O instituto é vinculado ao jornal "Folha do Caparaó", no qual já publicou já 32 pesquisas sem provocar qualquer suspeita. A procura pelo trabalho do Ipeses incomodou o Futura, que vem assediando os candidatos no sul para tentar convencê-los de que os números do Ipeses, assinados pelo estatístico Gabriel Torres, não estão corretos e que os seus é que são corretos. Embora suas pesquisas sejam encomendadas pelo jornal "A Gazeta", o Futura vende os dados para os candidatos.

Em alguns municípios, até o número de pesquisas a serem realizadas é combinado com determinados candidatos. Mas a abordagem do Instituto Futura nem sempre dá certo. Tanto que o Ipeses já tem mais 30 pesquisas encomendadas até o final desta eleição.

A área de abrangência do instituto também está aumentando. Não está mais restrita ao sul, pois opera na região central do Estado e começa a chegar ao norte.

Sob fogo cerrado

O Instituto Futura vem sendo questionado sobre pesquisas que realizou em vários municípios. Em alguns, foi apontado como beneficiário de hospedagens e cobertura de despesas com alimentação para suas equipes. Candidatos que estavam em dificuldade e ganharam fôlego com as pesquisas do Futura estariam dando apoio logístico aos pesquisadores do instituto e bancando algumas de suas despesas.

Já em outros municípios, como aconteceu recentemente em Nova Venécia, houve denúncia, formalizada à Justiça Eleitoral, de que os pesquisadores estavam sendo encaminhados para entrevistas com eleitores dos principais interessados nos resultados. Estes, inclusive, já eram conhecidos antes mesmo de o trabalho dos pesquisadores ser fechado.

O episódio de Nova Venécia virou caso de polícia, quando a PM foi chamada para investigar a suspeita de que o próprio prefeito do município, Valter De Prá, estava indicando as pessoas a serem ouvidas na pesquisa. Bem antes do fechamento desse levantamento, falando no programa de rádio de sua propaganda eleitoral, De Prá anunciou que a pesquisa iria apontar sua liderança nas intenções de voto, com mais de 40%.

Diante dos fatos levantados pela polícia, a juíza eleitoral do município determinou a suspensão da pesquisa, atendendo a um pedido do PTdoB. Mas a decisão da juíza foi reformada por decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), por meio de um despacho que chocou os meios políticos, pois ignorou todas as evidências de manipulação constatadas pela Promotoria e fez uma defesa veemente do Futura e de sua contratante, a Rede Gazeta.

A decisão do TRE permitiu que a pesquisa fosse divulgada. E nela realmente o prefeito apareceu com o percentual de votos que ele próprio antecipara durante a propaganda eleitoral obrigatória no rádio.

Renata Oliveira - Foto capa: Syã Fonseca

    Fonte: http://www.seculodiario.com.br - Renata Oliveira
 
Por:  Marcos Vinicius Duarte Côrtes    |      Imprimir