Categoria Geral  Noticia Atualizada em 18-02-2009

Israel insiste em vincular trégua à libertação de Shalit
Israelenses passam por outdoor com imagem do soldado Gilat Shalit e a pergunta, "O que você fez por ele hoje?", em Tel Aviv
Israel insiste em vincular trégua à libertação de Shalit
Foto: AFP

JERUSALÉM, Israel (AFP) — O gabinete israelense de segurança condicionou a conclusão de uma trégua com o Hamas na Faixa de Gaza à libertação do soldado Gilad Shalit, indicou nesta quarta-feira o ministro do Interior, Meir Sheetrit, à saída de uma reunião convocada para tratar desse assunto.

"O gabinete de segurança decidiu por unanimidade que a libertação do soldado é a condição para qualquer acordo com o Hamas", afirmou Sheetrit.

"Seria impensável alcançar um acordo, por meio d Egito ou não, sem a libertação de Gilad Shalit", insistiu.

A decisiva votação no gabinete de segurança, integrado por 12 minutos, acontece depois que Israel endureceu sua posição sobre as condições da trégua, em particular em relação à reabertura das passagens com a Faixa de Gaza.

Numa reação imediata, o Hamas rejeitou as condições dadas pelo gabinete de segurança israelense.

"O Hamas rejeita estas condições que obstruem deliberamente os esforços do Egipto", afirmou em um comunicado o movimento islamita, que controla a Faixa de Gaza.

"Israel quer utilizar a trégua e (a libertação de) Shalit com fins políticos" visando a formar um novo governo israelense depois das eleições de 10 de fevereiro, declarou, por sua parte, um porta-voz do movimento, Fawzi Barhum.

Na véspera, o líder do movimento radical palestino Hamas no exílio, Khaled Mechaal, acusou Israel de bloquear os esforços do Egito para alcançar uma trégua na Faixa de Gaza ao exigir que esta seja vinculada à liberação do soldado Shalit.

"Responsabilizaremos Israel por obstruir o esforço do Egito para alcançar a trégua, ao acrescentar uma condição de último minuto", declarou Mechaal ao término de uma reunião em Damasco com o secretário da Liga Árabe, o egípcio Amer Musa.

O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, repetiu na terça-feira que só haverá um acordo sobre a reabertura dos pontos de passagem para a Faixa de Gaza se for libertado o soldado Shalit.
O presidente do Egito, Hosni Mubarak, por sua vez, se recusou a vincular o futuro do soldado israelense Gilad Shalit, capturado em 2006 na fronteira com a Faixa de Gaza, a uma trégua no território controlado pelo Hamas.

"O Egito não mudará de posição a respeito da trégua. O tema do soldado israelense Gilad Shalit é um assunto separado que não pode, de maneira nenhuma, ser vinculado às negociações sobre a trégua", afirmou o presidente.

O principal negociador de Israel com o Egipto para uma possível trégua com o Hamas, o general da reserva Amos Gilad, criticou duramente a equipe do primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, informa o jornal Maariv.

"Não entendo o que tentam fazer. Insultar os egípcios? Nós já os insultamos? É uma loucura. Simplesmente é uma loucura. O Egito é nosso aliado na região", afirmou Gilad.

Ele denunciou desta forma a decisão de Olmert de vincular a conclusão de uma trégua e a abertura das passagens de fronteira entre Israel e a Faixa de Gaza à libertação do soldado Gilad Shalit, capturado em 2006 pelo Hamas.

Israel insiste em vincular trégua à libertação de Shalit.

Israelenses passam por outdoor com imagem do soldado Gilat Shalit e a pergunta, "O que você fez por ele hoje?", em Tel Aviv.


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Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir