Categoria Politica  Noticia Atualizada em 21-03-2009

Argentina e Brasil levarão proposta conjunta ao G20
Presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, se reúne em São Paulo (SP) com o presidente Lula no encerramento de seminário sobre oportunidades de investimentos nos dois países.
Argentina e Brasil levarão proposta conjunta ao G20
Foto:http://www.info.planalto.gov.br

Presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, se reúne em São Paulo (SP) com o presidente Lula no encerramento de seminário sobre oportunidades de investimentos nos dois países.

São Paulo - A presidenta da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, defendeu no dia 19 de março ( quinta-feira), a integração real entre o Brasil e Argentina para encontrar soluções que ajudem os dois países a enfrentar melhor a crise internacional. Os dois países devem buscar uma agenda comum para ser levada à reunião do G20, em abril, em Londres.

Em sua primeira visita oficial à capital paulista, onde participou, na sede da Fiesp – Federação das Indústrias de São Paulo, de seminário sobre oportunidades de investimentos nos dois países, Cristina Kirchner foi recepcionada pelo presidente brasileiro, Luis Inácio Lula da Silva.

O seminário, com a participação de mais de 500 empresários dos dois países, integrou as atividades da Semana da Argentina em São Paulo, evento econômico, gastronômico, cultural e turístico, que termina nesta domingo, dia 22 de março.

Segundo Cristina, alguns países reclamam do protecionismo adotado pelo governo argentino para sua economia, mas se esquecem de apontar que praticam protecionismo monetário e fiscal. No G20, disse, todos dizem combater o protecionismo, mas a primeira medida que adotam diante da crise é a de proteger a economia. O capital financeiro deveria estar a serviço da produção e do trabalho, afirmou, observando que o mundo passa por uma crise de idéias.

A presidenta da Argentina, que foi condecorada com uma medalha de honra industrial pelo presidente da Fiesp, esclareceu que as eventuais pendências comerciais entre setores de atividade do Brasil e da Argentina devem ser tratadas com racionalidade. Já estão marcadas para a próxima semana reuniões setoriais relacionadas aos produtos têxteis, autopeças, trigo e viticultura. Ela agradeceu o empenho do presidente brasileiro em buscar uma solução rápida para produtores argentinos de vacinas anti-aftosa poderem comercializar no Brasil, o que tem sido impedido há três anos por uma decisão burocrática da agência reguladora do assunto.

Alinhada ao discurso do presidente brasileiro, Cristina Kirchner defendeu uma posição conjunta mais firme em relação ao sistema financeiro internacional, lembrando que os dois países estão sendo prejudicados por uma crise que teve início nos Estados Unidos. Ela se disse, porém, otimista com o potencial dos dois países e defendeu o Mercosul, inclusive com a participação da Venezuela.

Lula critica mercado e elogia Obama - O presidente Lula minimizou as querelas comerciais entre Brasil e Argentina, lembrando que todos os empresários, de todos os países, buscam sempre uma situação vantajosa para os seus negócios. O importante, segundo ele, é que as negociações setoriais permitam encontrar um equilíbrio que fortaleça a competitividade dos produtos dos dois países no mercado internacional.

Em seu discurso de saudação à presidenta da Argentina, a quem chamou de "companheira Cristina", Lula disse que pela primeira vez na história dois países em desenvolvimento chegam para uma reunião do G20 com mais autoridade e moral que os países ricos. "Somos parte da solução", acrescentou Lula, que criticou os organismos internacionais como o Banco Mundial e o FMI por não agirem rapidamente contra a crise. Ele adiantou que o BNDES vai assinar acordo com bancos argentinos e liberar recursos de fato para empresários brasileiros e do país vizinho.

O presidente brasileiro elogiou Barack Obama, presidente dos EUA, dizendo que pela primeira vez os norte-americanos escolheram um presidente "que tem cara de gente". E criticou o pagamento de bônus a executivos de instituições financeiras norte-americanas, dizendo que "pela primeira vejo gente receber bônus pelo fracasso".

Fonte: http://www.revistafator.com.br
 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir