Categoria Politica  Noticia Atualizada em 14-03-2011

Ex-preso político contesta decisão da Comissão de Anistia.
Diz ainda que uma decisão para resolver as coisas rápidas, passa por cima da lei, não atende as reivindicações justa no rigor da lei, cujo artigo está acima citado.
Ex-preso político contesta decisão da Comissão de Anistia.
Foto: José Rubens Brumana

"A decisão infeliz da Comissão de Anistia, ratificando o embrulho do INSS, sem atender a observação que burlava um direito assegurado na lei, ( receber como se estivesse em serviço ativo) – art. 8º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. Trocando em miúdos eu sendo linotipista, deveria receber como linotipista, e não em avos (20 avos do salário) como o INSS me pagava. Documento especificando essa condição em meu poder", explicou o ex-preso político Valdir Fraga Junior, morador de Itapemirim.

Diz ainda que uma decisão para resolver as coisas rápidas, passa por cima da lei, não atende as reivindicações justa no rigor da lei, cujo artigo está acima citado. E mais, art. 6º que diz: - O valor da prestação mensal, permanente e continuada, será igual ao da remuneração que o anistiado político receberia se na ativa estivesse.

"Reuniram, (o INSS) criaram uma ordem de serviço, passaram por cima da lei e pronto, vem a Comissão de Anistia aceita como um "fato consumado" e pronto. Na minha revolta pessoal faço uma comparação a essas decisões tomadas na época da ditadura, o DOI-CODI seqüestra, tortura, mata e pronto.

Aliás, sofri toda essas agressões citadas. Em minhas mãos tenho o despacho que entre outras coisas cita o pedido de desculpa do Estado Brasileiro a mim dirigido, mas o que não aceito e a "anistia capenga", é ganhar como meio operário, enquanto a lei me dá o direito de receber como se trabalhando estivesse, ou seja, como profissional de linotipo, que levei anos para aprender a profissão numa Escola Técnica, e numa "sucursal do inferno", em um porão da ditadura militar, saio com visão dupla, corpo queimado por choques-elétricos me colocam numa ilha, saio numa continuada perseguição, sem poder exercer a profissão e agora o Estado pede desculpas oficialmente me pagando como meio operário" enfatiza.

Fraga Junior assegura que continuará revoltado até o dia que cumprirem a lei. Enquanto isso reafirma que "enviarei garrafas ao mar, que não tem nenhum valor jurídico, enviarei mensagens, numa ficção romântica, como símbolo da minha esperança tal como a garrafa lançada ao mar".

Desconfia que as cartas serão amassadas e jogadas nas lixeiras, até antes de terminar a leitura outras nem leitura farão.

Filosofa declamando: "Se penses em navegar sem um instrumento, sem uma bússola um norte.
Então se prepare para o risco de ficar a deriva."
"Sou persistente é de minha formação, acredito firmemente que "por mais longa que seja a noite a aurora surgira", isso me alimentou anos da minha vida, como alimentou diversos companheiros, inclusive a atual comandante desse grande barco chamado Brasil", ressalta o ex-preso político



    Fonte: Redação Maratimba.com
 
Por:  José Rubens Brumana    |      Imprimir