Um ataque suicida junto a uma mesquita na cidade afegã de Kandahar, onde estava a realizar-se uma cerimónia em memória do irmão do Presidente afegão Hamid Karzai, provocou quatro mortos, entre eles uma criança.
Foto: www.publico.pt O bombista suicida detonou os explosivos que traria escondidos no turbante quando, ao início da manhã, estava prestes a terminar a cerimónia em memória de Ahmad Wali Karzai, que foi assassinado na terça-feira por um dos seus guarda-costas, num ataque posteriormente reivindicado pelos taliban. Morreram quatro pessoas, pelo menos 15 ficaram feridas.
O Presidente Karzai não estava na cerimónia quando o atentado ocorreu – tinha-se deslocado na quarta-feira a Kandahar para o funeral, mas deixou a cidade poucas horas depois. Quatro dos seus irmãos que estavam na mesquita onde ocorreu o atentado escaparam ilesos, adiantou a BBC.
O ataque não foi reivindicado. Várias testemunhas, incluindo o porta-voz do Presidente Karzai, Waheed Omer, contaram à estação britânica que o atacante teria os explosivos escondidos no turbante e parou junto à porta da mesquita, onde se fez explodir.
A morte de quatro pessoas foi confirmada pelo Ministério do Interior afegão. Entre as vítimas estão Hikmatullah Hikmat, líder do conselho provincial de Ulema, junto a Kandahar. "Estava a haver uma oração, e depois dessa oração um homem aproximou-se e fez-se explodir", contou o governador de Kandahar, Toryalai Wesa.
Ahmad Wali Karzai era uma personagem controversa, liderava o Conselho Provincial de Kandahar, cidade que é considerada um bastião dos taliban, foi acusado por corrupção e tráfico de droga pelo Departamento de Estado norte-americano ainda que sempre tenha negado qualquer envolvimento nesses crimes. Mas tinha uma forte influência no país e era um dos interlocutores da NATO na região e considerado fundamental no combate aos taliban. Foi a estes que o Presidente afegão deixou uma mensagem, quando na quarta-feira assistiu ao funeral do irmão: "É fácil matar, qualquer um o pode fazer, mas o verdadeiro homem é aquele que consegue salvar vidas".
Fonte: www.publico.pt
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