Categoria Politica  Noticia Atualizada em 29-08-2011

Bate Papo – Sentença Condenatória
É esse, além de outros intrigantes pontos relacionados à política local que permeiam esse Bate Papo de hoje.
Bate Papo – Sentença Condenatória

Esta semana Marataízes foi sacudida com a informação a respeito da sentença condenatória contra a Administração, operada no bojo do processo relacionado ao recolhimento do lixo na cidade, no início do mandato do Prefeito Jander Vidal.

É esse, além de outros intrigantes pontos relacionados à política local que permeiam esse Bate Papo de hoje.

Renato Alves – É bem verdade que essa decisão contrária a Administração já era esperada que ocorresse, da mesma forma que também era esperado que a Justiça fosse branda na dosimetria da condenação, como de fato o foi. Isso, a meu ver, se deu em razão do objeto do processo ter ocorrido muito no início da gestão, ou seja, no entendimento do juiz o fato ocorrera em um momento em que Jander ainda era tido como um gestor novato e inexperiente em política. Certamente, esse foi um fator bastante considerado quando da canetada do magistrado. Por outro lado, se a época Jander era novato na política, hoje ele já não pode e não é mais considerado assim, visto que já acumula pelo menos três anos de experiência em administração pública.

Mario Moreira – Não vou adentrar no mérito da questão jurídica. Contudo, quanto à questão política resultante do fato, é indiscutível que esta vem gerando um grande desgaste para a Administração desde o ocorrido. Para mim, muito disso está ocorrendo em decorrência da falta de uma equipe técnica/política que acima de tudo jogue unida, pois o que se observa em Marataízes é a individualização dos atos em detrimento do coletivo, o que indiscutivelmente acarreta e amplifica os desgastes que o Prefeito vem sofrendo ao longo de sua gestão. Outro aspecto que leva a essa situação, é que a imensa maioria dos secretários de Jander, ou são de fora ou são candidatos declarados, de modo que os mesmos trabalham para si e não para a Administração.

Renato Alves – Você tocou num ponto nevrálgico, que por sinal já foi tema de outros Bate Papos, a importação de "técnicos" de outros Estados. Esta importação, somado aos eternos pré-candidatos, tem sido uma mistura estratégia-política de validade bastante questionável. Especificamente em relação aos estrangeiros, no plano político, pelo simples fato dos mesmos não serem do meio, não os favorece nas opiniões quando das decisões de mérito discricionário no campo político. No plano técnico, os próprios turbilhões que acontecem de modo intermitente desde o início da gestão, servem, por si só, para demonstrar que também neste campo, os estrangeiros não formam um time vencedor.

Mario Moreira – Por falar em time vencedor, cabe ressaltar que estamos à porta das eleições municipais, e pelo que se tem ouvido na cidade, este grupo de "técnicos" da Administração não tem ajudado em nada para a reeleição de Jander, muito pelo contrário, pois devido às diversas ações ou omissões destes, o prefeito tem tido sérios problemas com a Câmara, com diversos segmentos da sociedade civil e até com a Justiça. Tome como exemplo desta instabilidade política a intenção da oposição em instalar uma CPI ou até mesmo uma comissão processante contra o prefeito, só para ficar em alguns exemplos que reforçam a tese da fragilidade da estratégica técnico-política praticada pelo chamado núcleo duro do Prefeito.

Renato Alves – Afora tudo isso, temos que relembrar que as eleições de Marataízes têm, historicamente, se mostrado bastante competitiva, não havendo na cidade líderes majoritários que possa se dar ao luxo de achar que já está com eleição ganha antes das aberturas das urnas. Exemplo marcante disso foi o ocorrido nas últimas eleições.
Mario Moreira – Esse assunto é interessante, Marataízes completará 16 anos e não temos ainda uma liderança de alcance regional, mas há uma característica marcante, todos os prefeitos eleitos não eram oriundos da cidade. E para esquentar ainda mais este Bate papo, como você vê a entrada do vereador de Kennedy, Marcos Vivácqua, na disputa pela prefeitura de Marataízes?

Renato Alves – O PSB, partido pelo qual Marcos é filiado, hoje está na base de sustentação do governo Jander, mas isso não significa que tal situação se manterá em relação às eleições, ainda que o presidente da legenda em Marataízes deseje conduzir o partido na direção de uma coligação partidária com o partido do Prefeito. Não que esta união política esteja descartada, mas é uma situação que tem que ser mais e melhor discutida internamente, até para avaliar até que ponto as turbulências externas podem atingir o partido e assim interferir negativamente no próximo pleito. O PSB além de deter todas as condições para sustentar a candidatura do Marcão, vale lembrar que o mesmo, além de ser morador de Marataízes, foi o mais votado na cidade nas últimas eleições para Deputado Estadual.

Mario Moreira – O fato de Marcão ter sido o mais votado na eleição passada serve também para demonstrar a tese da fragilidade estratégica praticada pelo governo Jander, que optou por lançar e apoiar vários nomes em vez de sustentar a candidatura de um único nome local.

Renato Alves – Noutra direção, chama atenção a quantidade de mudanças ocorridas no primeiro escalão desde o início desta Administração. Creio que este é mais um indicativo relacionado a tudo o que falamos anteriormente. O último a cair foi o secretário de Turismo, Sandro Farias, que para muitos, muito pouco fez pelo turismo e pelo esporte da cidade. Outra mudança recente foi a transferência de Antonio, aliado de Dilceia, da secretaria de Transporte para a Controladoria, posto antes ocupado pelo supersecretário Vilcimar Batista. A mudança, creio eu, teve por objetivo anular as ações política da vice no Transporte e ainda colocar uma responsabilidade adicional no grupo dela, uma vez que o agente responsável pela controladoria responde em caso de omissão, em regra, junto com o Prefeito pelas ocasionais irregularidades. Com essas mudanças quem sai bastante beneficiado é o supersecretário que continua mandando muito, mas agora sem o perigo da responsabilização inerente a função de controlador.

Mario Moreira – Essa situação de instabilidade política ao que parece já ultrapassou as fronteiras municipais, visto que apesar de existirem alguns investimentos do Governo Estadual, Casagrande não tem dado as caras por aqui, prova disso foi a sua notada ausência nas atividades do Festival Audiovisual Histórico e Cultural que aconteceu em Marataízes, um grande investimento do Governo do Estado trazido para o balneário pela Secretaria de Cultura local, pasta pertencente ao PSB.

Notas finais

Eis que surge mais um pré-candidato a prefeito em Marataízes. Aurinho Som, pré-candidato pelo PCdoB. De acordo com Luiz do Sindicato, atual presidente do PCdoB de Marataízes, o partido virá com chapa completa, mas não descarta uma negociação para vice. Conforme Luis, a candidatura de Aurinho é boa, uma vez que o mesmo além de ser bastante conhecido na cidade já vem com toda a estrutura para a campanha (leia-se trio elétrico).

Em recente encontro da cúpula da Segurança Pública em Guarapari questionei ao Deputado Estadual Ferraço quem seria o candidato apoiado pelo casal (Norma/Ferraço) em Itapemirim. O deputado me respondeu o que todos que militam na política já sabiam: "Ainda é cedo, mas posso adiantar que vamos apoiar quem o povo quiser". Ou seja, vão apoiar quem as pesquisas de intenção de votos apontar como potencial vencedor das eleições, pesquisas essas que andam rolando solto pelo litoral sul capixaba.

A porteira de Presidente Kennedy está aberta para a bandidagem. A Polícia Militar carioca que fazia a vigilância do posto de fronteira entre os Estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro, na via vicinal do município de Presidente Kennedy que permite a travessia entre os dois Estados não o faz mais. Agora apenas a Guarda Municipal de Presidente Kennedy ocupa o local. É mais um espaço aberto para a transferência de marginais do Rio para cá.

O nunca acabado Matadouro Público de Itapemirim, em construção desde a primeira gestão da Prefeita Norma Ayub, continua manchando a imagem do município Estado afora. A última fica por conta de uma editoria de jornal de circulação sul capixaba de origem das montanhas do Caparaó que destaca a triste situação do município que ainda consome carne clandestina por falta de fiscalização e local adequado para


    Fonte: Redação Maratimba.com
 
Por:  Renato Alves    |      Imprimir