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"Diretores são os maiores culpados", diz mãe de menina morta em parque
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Silmara Nichimura disse que esperava indiciamentos por homicídio doloso.
Ela disse que ficou indignada ao ver laudo de perícia no Hopi Hari.
Foto: g1.globo.com Após o delegado Álvaro Santucci Noventa Júnior responsabilizar 11 pessoas pelo acidente que provocou a morte de Gabriela Yukari Nichimura no parque de diversões Hopi Hari, em Vinhedo (SP), a mãe da vítima, Silmara Nichimura, disse ao G1 que esperava por indiciamentos de homicídio doloso - quando há intenção de matar - na conclusão do inquérito.
"O delegado fez um bom trabalho ao não poupar ninguém, indiferente do cargo ou hierarquia dentro do parque, mas discordo. Quando li a reportagem sobre as falhas apontadas pelo laudo, vi que houve muita negligência e descaso comigo e com o público. Os diretores são os maiores culpados pois são os responsáveis". Nesta terça-feira (17), Noventa Júnior indiciou nove funcionários e dois diretores do parque por homicídio culposo - quando não há intenção de matar.
Indignada ao saber que o brinquedo "La Tour Eiffel" apresentava falhas há pelo menos um mês, com até dez interrupções em um dia, segundo o laudo da perícia feita pelo Instituto de Criminalística (IC) de Campinas, Silmara emocionou-se. "Se soubesse que o parque funcionava naquelas condições, jamais levaria minhas filhas ali. Apesar de sermos pessoas simples, sempre procurei dar o melhor para elas. É muito triste", lamentou.
Embora tenha de aguardar pela conclusão do promotor criminal Rogério Sanches, Silmara ressalta que espera que os indiciamentos representem o primeiro passo para a Justiça. "Só espero que sejam julgados e condenados", afirma. Silmara e o marido Armando Nichimura não foram comunicados pelo advogado Ademar Gomes sobre a necessidade de retornar ao Brasil após conclusão dos trabalhos da Polícia Civil. A família mora em Iwata, região nordeste do Japão.
No perído da tarde, a família emitiu nota para agradecer a "lisura" dos trabalhos executados pelo delegado, promotores e imprensa.
"O indiciamento destas pessoas não irá fazer com que esqueçamos o pesadelo que estamos vivenciando, mas a Justiça irá demonstrar que os responsáveis não ficarão impunes e suas consciências carregarão para a eternidade a responsabilidade pela morte de nossa filha", informa a nota.
Inquérito
O delegado espera colher as assinaturas dos indiciados até o dia 28 para formalizar o caso à Justiça. Depois, cabe ao juiz repassar o documento para o Ministério Público, que tem a prerrogativa de acrescentar ou retirar nomes da lista antes de oferecer a denúncia. O promotor Sanches terá 15 dias para finalizar o trabalho.
A conclusão do inquérito ocorre 54 dias após o acidente. A fase de oitivas foi encerrada na segunda (9), com o depoimento prestado pelo vice-presidente do parque, Cláudio Guimarães. Ao todo, cerca de 20 testemunhas prestaram esclarecimentos, entre elas a mãe de Gabriela, a prima que estava sentada ao lado da adolescente no brinquedo, Natasha Domareski, uma tia, os operadores Edson da Silva, Marcos Antônio Tomás Leal e Vitor Igor de Oliveira e o atendente sênior Lucas Martins.
O laudo do IC entregue à Polícia Civil, na sexta (13), apontou falha humana no acidente que causou a morte da adolescente. Os peritos concluíram que a cadeira inoperante onde a vítima sentou-se foi alterada um dia antes do acidente. Durante a manutenção, os técnicos mecânicos e elétricos modificaram a chave que mantinha o assento interditado.
Sobre a conclusão do inquérito, a assessoria de imprensa do Hopi Hari se pronunciou às 18h45, por meio de nota. "O indiciamento é um ato provisório da autoridade policial que não significa condenação. Por isso, em respeito a seus profissionais, o parque aguardará a decisão judicial (...). O acidente foi uma fatalidade causada por uma série de falhas humanas, cuja responsabilidade individual está sendo apurada", informa.
Adolescente morreu ao cair do brinquedo "La Tour Eiffel"
Fonte: g1.globo.com
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Por:
Maratimba.com |
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