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O poder da palavra
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�Eu tenho uma imagem presa na garganta. Ser gente me arranha, eu quero voltar a ser palavra�, Viviane Mos�. "Her�clito disse que n�o se banha duas vezes no mesmo rio. Com a psican�lise aprendi que n�o se banha duas vezes na mesma palavra. Como escritor tenho aprendido que quando se entra numa palavra para se banhar, sai-se outro. Como leitor, adoro estar i-mundo (sic) de palavras". Abro meu texto pegando carona, descaradamente, na reflex�o do escritor Carlos Eduardo Leal, porque � assim que me sinto. Muito bom quando a gente encontra num texto o que nem sabe que estava procurando. Esse foi o caso, mas vamos ao que interessa... Sobraram cr�ticas � Bienal Rubem Braga por ser realizada na Pra�a Jer�nimo Monteiro. Muitos que s� passam por ali de carro, com a pressa que o universo p�s-moderno lhes imp�e, n�o est�o nem a� para o que acontece ou deixa de acontecer no centro "nervoso" da cidade. A dica que eu tenho para os estressados �... V�o pescar! Tem um rio enorme que corta Cachoeiro de ponta a ponta. Acho que a pressa � inimiga da perfei��o. Longe eu dizer que tudo foi perfeito. O pret�rito � perfeito. E a pr�xima edi��o, apesar de futura, ser� mais que perfeita. Mas, voltando ao que assunto, essa desenfreada velocidade � advers�ria tamb�m da vis�o. Talvez os apressados n�o saibam nem que existe um rio e que um dia foi naveg�vel e ainda leva as cinzas do homenageado na feira de livros. Rubem Braga. Lembro-me de uma par�bola em que Lacan fala sobre um "di�logo" entre Freud e Jung: "eles n�o sabem que estamos trazendo a "peste" como algo virulento, contagioso e transgressor...". E essa transgress�o, enquanto o psicanalista se refere � pr�pria psican�lise, para mim, neste momento, � a cultura. A arte tem que bagun�ar a cidade mesmo! E, dessa vez, coube � literatura fazer isso, pois ela � a arte da palavra. Quando dizem por a� que "Freud explica" esse ditado popular nunca esteve t�o certo como o ar que eu respiro. "Provocar oposi��o e despertar rancor (...) � o destino inevit�vel da psican�lise", Isso ele disse para referindo-se � cultura, pois achava que n�o haveria sintonia entre as duas. Mas um ledo engano � cometido nessas ideias. Com o passar do tempo a psican�lise foi assimilada culturalmente e reconhecida enquanto saber e pr�tica terap�utica. O mesmo, sem d�vida nenhuma, vai acontecer com a Bienal Rubem Braga. Quem sabe um dia, na semana em que se celebra a "arte da palavra", o povo tome conta dela. Com o zelo e sabedoria de que a palavra tem um poder enorme. Ora, at� o Verbo se fez carne. A mesma arte que tenta explicar a vida tamb�m � reduzida suas possibilidades de sentido por uns poucos estressados que precisam de ajuda, autoajuda ou, at� mesmo alfabetiza��o. N�o importa! Foi o maior barato. H� muito n�o via uma festa liter�ria como essa. A poetisa, fil�sofa e psicanalista, Viviane Mos�, falou em uma de suas palestras sobre as pot�ncias da palavra que est�o na est�tica, � intensa e desconcertante. Cert�ssima, pois quebrou os padr�es pr�-estabelecidos nas "via crucis" de muitos na Capital Nacional da Cr�nica, que para o escritor Xico S�, � o Vaticano da arte. Curt�ssimas + Parab�ns a todos que se esfor�aram para a realiza��o da 4� Bienal Rubem Braga. + Que ningu�m se engane, s� se consegue a simplicidade atrav�s de muito trabalho, Clarice Lispector. + Rede Gestora discute II Semin�rio de Pol�tica Sobre Drogas. + "A vida sem luta � um mar morto no centro do organismo universal", Machado de Assis. + At� a pr�xima! Fonte: Reda��o Maratimba.com
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| Por: Roney Moraes | Imprimir |
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