Imprensa estatal critica declaração de Obama, que disse que ofensiva poderá ocorrer se o regime sírio fizer uso de armas químicas
Foto: ultimosegundo.ig.com.br A imprensa estatal da China acusou nesta quarta-feira os Estados Unidos de procurarem uma "desculpa" para atacar a Síria. A acusação é uma resposta ao presidente americano, Barack Obama, que afirmou que uma ação militar poderá ocorrer se o regime sírio fizer uso de armas químicas.
A agência oficial chinesa Xinhua afirmou que o comentário "perigosamente irresponsável" de Obama mostra que "mais uma vez as potências estrangeiras cavam desculpas para uma intervenção militar na Síria".
A Xinhua também disse que o comentário de Obama agrava o conflito sírio e reduz as chances de um acordo político. Segundo a agência, "uma cruzada estrangeira" na Síria só traria mais violência e ódio.
Rússia e China vêm se opondo a qualquer intervenção na Síria desde o início do levante popular contra Assad, em março de 2011. Os países, que são membros permanentes do Conselho de Segurança, votaram contra três resoluções que buscavam pressionar o presidente sírio, Bashar al-Assad, a dar fim à violência.
Na terça-feira, a Rússia fez um alerta contra uma possível ação unilateral dos Estados Unidos contra a Síria. O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, disse que não deve haver qualquer interferência externa e os países devem "aderir de forma estrita às normas do direito internacional".
Os combates foram intensificados em Damasco, capital da Síria, e em Aleppo, a segunda cidade mais importante do país, nesta quarta-feira. De acordo com ativistas, os choques deixaram pelo menos 31 mortos.
Ativistas disseram também que as forças sírias mataram um jornalista sírio que trabalhava em uma publicação estatal e simpatizava com a revolta contra Assad. Mosaab al-Odaallah teria sido morto no bairro de Nahr Eisha, no sul da capital Damasco, com um tiro à queima roupa.
Bombas do Exército sírio atingiram o sul de Damasco nesta quarta-feira e helicópteros lançaram foguetes e dispararam metralhadoras durante um ataque para aumentar das tropas sírias sobre a capital. Ativistas anti-Assad disseram que ao menos 47 pessoas foram mortas em Damasco, no que eles consideraram o mais pesado bombardeio deste mês.
Com as restrições impostas pelas autoridades sírias à mídia independente, a informação dos ativistas não pôde ser confirmada de imediato.
Fonte: ultimosegundo.ig.com.br
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