Declaração de 130 representantes internacionais pede que Assad se afaste.
Grupo alertou sobre sanção caso haja uso de armas químicas.
Foto: g1.globo.com Potências mundiais reunidas em Marrakech reconheceram a nova coalizão de oposição da Síria como "legítima representante do povo sírio" e pediram ao presidente Bashar al-Assad "para se afastar do poder", de acordo com um esboço da declaração obtido na quarta-feira (12).
A declaração de 130 representantes internacionais que compõem o grupo de nações "Amigos da Síria" alertou que qualquer uso de armas químicas ou biológicas pelo governo de Assad teria uma "séria reação".
"Os participantes reconhecem a Coalizão Nacional como representante legítimo do povo sírio e a organização guarda-chuva sob a qual a oposição síria está reunindo-se", segundo texto de esboço da declaração, obtida antes da reunião entre as principais potências, excluindo Rússia e China.
A reunião na cidade de Marrakesh reúne representantes de 130 países, incluindo cerca de 60 ministros, a oposição síria e organizações internacionais, para conversar sobre o conflito que atinge a Síria há 21 meses.
Ela ocorre apenas um dia após o presidente Barack Obama ter apoiado a coalizão de oposição como a representante legítima do povo sírio.
Em seu comunicado, o grupo Amigos da Síria apela novamente para Assad renunciar, e ressalta que seu regime não vai escapar das punições por suas violações do direito internacional.
"Bashar al-Assad perdeu legitimidade e deve afastar-se para permitir um processo sustentável de transição política", disse o texto do documento.
Referindo-se a recentes informações da Inteligência do Ocidente, que sugerem que Assad usaria armas químicas e biológicas no conflito que dura há 20 meses, as principais potências afirmaram que "qualquer uso de armas químicas na Síria seria abominável e que provocaria uma séria resposta da comunidade internacional".
Eles também anunciaram a criação de um fundo de resgate "para apoiar o povo sírio", pedindo a Estados e organizações para fazerem contribuições para o fundo.
O chanceler britânico, William Hague, descreveu o crescente reconhecimento da Coalizão Nacional como um "progresso real".
"Então o importante é canalizar mais assistência para eles - em nosso caso... assistência não letal... e, então, é claro, precisamos de mais ajuda humanitária", disse Hague à imprensa antes do início do encontro.
Sob pressão para se unir, a oposição síria concordou em Doha no dia 11 de novembro a estabelecer a Coalizão Nacional e unir as várias forças rebeldes em um conselho militar supremo.
Mas os rebeldes jihadistas em Aleppo, uma linha de frente chave no norte da Síria, rejeitaram a coalizão, afirmando que desejam um Estado islâmico.
Entre eles estavam a Frente Al-Nusra, que foi colocada na terça-feira pelos Estados Unidos na lista negra como uma organização terrorista, citando ligações com a Al-Qaeda.
Os participantes da reunião no Marrocos exigiram em seu comunicado acesso livre para organizações humanitárias trabalhando na Síria, e afirmaram que estavam prontos para "aumentar os fundos para as atividades de socorro da coalizão nacional".
Fonte: g1.globo.com
|