O conselho diz que a contratação de médicos estrangeiros sem critérios deixa em risco a qualidade da assistência aos pacientes.
Foto: g1.globo.com A importação de médicos estrangeiros está dando o que falar. As negociações avançaram e o governo está pedindo informações a governos de outros países.
O Conselho Federal de Medicina pediu a intervenção da presidente Dilma Rousseff: mandou uma carta à presidente em que diz que a contratação de médicos estrangeiros sem critérios deixa em risco a qualidade da assistência aos pacientes.
O governo brasileiro já começou as negociações e entendimentos com os governos de Portugal e da Espanha para trazer médicos desses países para o Brasil.
O Conselho Federal de Medicina insiste na aplicação do exame que revalida o diploma dos estrangeiros. Desta vez apelou à Presidência da República. A carta foi divulgada no mesmo dia em que um secretário do Ministério da Saúde se reuniu com representantes dos governos da Espanha e de Portugal, em um encontro da Organização Mundial da Saúde, na Suíça.
De acordo com o governo brasileiro, os dois países mostraram interesse em um intercâmbio na área médica. A proposta ainda não está fechada. O governo estuda modelos usados por países como Canadá, Grã-Bretanha e Austrália para atrair os estrangeiros.
O ministro da Saúde diz que os municípios que receberem médicos terão que construir ou reformar centros de saúde. A ideia é que os estrangeiros atuem em locais específicos e por um período limitado, de dois ou três anos. Nesse caso, eles poderiam entrar no país sem fazer o exame que valida os diplomas de universidades de fora.
"Quando o médico passa nesse exame ele pode atuar em qualquer local. Você não fixa esse profissional no interior e na região mais carente", afirma Alexandre Padilha.
Os estados do Maranhão, Amapá e Pará têm menos de um médico para grupo de mil habitantes, enquanto Rio de Janeiro tem mais de 3 e o Distrito Federal, mais de 4.
O Conselho Federal de Medicina diz é preciso aumentar os investimentos para que os profissionais brasileiros queiram ir para essas regiões e não seja necessário contratar estrangeiros.
"Precisamos ter financiamento à saúde, condições de trabalho, estímulos para o médico brasileiro não se concentrar nas áreas de grandes metrópoles, uma carreira de estado", afirma o vice-presidente do CFM, Carlos Vital.
Fonte: g1.globo.com
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