Categoria Economia  Noticia Atualizada em 08-08-2013

Alimento e transporte seguram a inflação
O peso da inflação no bolso dos brasileiros com renda entre um e 40 salários-mínimos ficou menor em julho.
Alimento e transporte seguram a inflação
Foto: img.cenariomt.com.br

O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) – indicador oficial – do período apresentou variação de 0,03% e ficou abaixo da taxa de 0,26% registrada em junho. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), responsável pela pesquisa, o resultado foi o mais baixo desde julho de 2010 (0,01%), quando o IPCA também havia se aproximado da estabilidade.

Os responsáveis por puxar o índice em julho foram os grupos de transportes (-0,66%) e o de alimentos e bebidas (-0,33%). As tarifas dos ônibus urbanos ficaram 3,32% mais baratas e lideraram a relação dos impactos para baixo, com –0,09 ponto percentual. Ainda no transporte público, ficaram mais em conta os ônibus intermunicipais (-1,69%), trem (-4,13%) e metrô (-4,97%). No transporte privado, ocorreram quedas que também merecem destaque: automóveis novos (-0,29%), usados (-0,37%) e seguro (-1,84%). Nos combustíveis (-0,25%), a queda se deu tanto no preço do litro da gasolina (-0,23%) quanto no etanol (-0,55%). "Isso é resultado das mobilizações da população. Os governos municipais anunciaram os reajustes, no entanto, mediante aos atos nas ruas, os aumentos foram anulados. Esse fator foi impactante para o setor", explica o diretor para a região do Corecon-SP (Conselho Regional de Economia), Leonel Tinoco.

No caso do setor de alimentos, essa é a primeira queda de preços do grupo desde julho de 2011, quando apresentou redução de 0,34%. Entre as principais baixas de junho para julho estão as do tomate (27,25%) – considerado durante meses o vilão da inflação –, da cebola (10,9%) e da cenoura (5,04%). No caso do tomate, o quilo do fruto chegou custar R$ 15 no Grande ABC na semana da Páscoa e hoje é encontrado por R$ 3,24, em média, nas sete cidades.

"A elevação foi decorrente da sazonalidade da época. É um período em que o consumo aumentou e as chuvas não ajudaram", diz Tinoco. Segundo a pesquisa da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), no Grande ABC, por exemplo, o preço da cesta básica apresenta redução desde junho. No mês passado, ficou em R$ 424,40, 3,05% menor do que em junho, a R$ 437,74.

BOLSO DO CONSUMIDOR - Acessar dos números otimistas, principalmente em relação aos alimentos, a população ainda não sente a economia na compra do mês. A doméstica Iracema Maria da Conceição destacou que a carne ainda é um produto que permanece em alta e pesa no orçamento. "É o que mais eu percebi que continua caro. Alguns itens realmente baixaram, como o tomate, mas é pouco, ainda não é o suficiente."

A cabeleireira Irene do Carmo Ribeiro afirmou que, para ela, o principal ainda não caiu. "Algum alimento ou outro, até percebi que está mais barato, já o que mais dá gastos, como conta de luz, convênio médico e habitação, só está mais caro. E é com isso que gastamos mais, porque apesar de o alimento ser importante, quando algo está caro podemos substituir por outro mais barato, ou outra marca. Com a saúde não é assim", afirmou.

De fato, despesas com habitação ficaram mais caras. O grupo apresentou reajuste de 0,57%, com destaque para o aluguel (0,83%), água e esgoto (0,64%), mão de obra para pequenos reparos (0,59%), energia elétrica (0,58%) e condomínio (0,57%). Despesas pessoais, que tiveram variação de 1,13%, foram pressionadas pelo empregado doméstico. No grupo, merecem destaque, ainda, os itens recreação e cabeleireiro.

Ainda de acordo com a pesquisa, a variação acumulada no ano foi para 3,18%, enquanto havia se situado em 2,76% em igual período de 2012. No acumulado nos últimos 12 meses, atingiu 6,27%, abaixo dos 6,70% relativos aos 12 meses anteriores. Em julho de 2012, a taxa havia ficado em 0,43%.

Mesmo com a boa notícia, a projeção para os próximos meses é bem diferente. "Os índices de inflação devem retomar o crescimento, numa base de 0,3% e 0,4% ao mês. Essa queda de julho é esperada, já que o nível de consumo, em geral, apresentou redução. Basta olhar para os índices do comércio varejista", alerta o diretor do Corecon-SP regional.

"No segundo semestre o consumo é maior, até por conta das festas de fim de ano. É natural que a inflação oficial fique maior. A dica é continuar pesquisando os preços para driblar os elevados índices", comenta Alcides Leite, professor de economia na Trevisan Escola de Negócios.

INPC - O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), também divulgado ontem, apresentou deflação de -0,13% em julho, bem abaixo do resultado de junho (0,28%).

Fonte: www.dgabc.com.br
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir