A fragata britânica HMS Westminster atracou nesta segunda-feira em Gibraltar para participar de um exercício naval que coincide com o conflito diplomático com a Espanha pela soberania do enclave e pelos direitos de pesca nas águas que o cercam.
Foto: AFP A fragata, equipada com um lançador de torpedos, um sistema de mísseis antiembarcações Harpoon, mísseis Sea Wolf terra-ar e um helicóptero, chegou ao enclave britânico na manhã desta segunda-feira.
Embora planejada anteriormente, a visita do navio de guerra ocorre num momento de alta tensão entre Madri e Londres, um dia após os pesqueiros espanhóis se manifestarem nas águas ao redor do rochedo para pedir a retirada dos 70 blocos de concreto instalados ao redor do enclave para impedir a pesca.
Diversos navios da Marinha britânica e da polícia de Gibraltar impediram 40 botes espanhóis de entrar nestas águas sob disputa durante o protesto de domingo. Embora não tenha ocorrido nenhum incidente, houve troca de insultos entre os dois lados.
O governo de Gibraltar afirma que este recife artificial permitirá regenerar a vida marinha local, enquanto acusa os espanhóis de pescar ilegalmente nestas águas.
Os pescadores, por sua vez, alegam que não poder pescar nesta rica zona de pesca coloca em risco a subsistência do negócio.
Paralelamente ao conflito marítimo, as desavenças diplomáticas também se estenderam à fronteira com Gibraltar, onde as autoridades espanholas reforçaram os controles aduaneiros provocando quase diariamente filas de veículos de várias horas.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, afirmou que estes controles fronteiriços estão "motivados politicamente" e pressiona a União Europeia a enviar observadores à região o quanto antes.
No entanto, tanto Londres quanto Madri desvincularam a visita da fragata deste último conflito entre ambos os países pela soberania de Gibraltar, um território britânico de ultramar de apenas 6,8 km quadrados e com cerca de 30.000 habitantes.
Embora Gibraltar tenha sido cedido em 1713 ao Império britânico, a Espanha exigiu durante muito tempo sua soberania. Londres, no entanto, aposta em ouvir os desejos dos moradores locais, que são majoritariamente pró-britânicos.
Fonte: www.em.com.br
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