Categoria Economia  Noticia Atualizada em 29-10-2013

OGX fracassa em acordo e pode pedir recuperação judicial
Petroleira tem endividamento de US$ 3,6 bilhões, segundo Reuters. Ações das empresas de Eike se desvalorizam desde junho de 2012.
OGX fracassa em acordo e pode pedir recuperação judicial

A petroleira OGX, do empresário Eike Batista, informou nesta terça-feira (29), por meio de fato relevante, que após meses de negociação não chegou a um acordo com credores. O prazo para um entendimento sobre a dívida termina nesta semana.

Agora, a empresa poderá ter de pedir recuperação judicial. No total, apenas em bônus no mercado internacional, a OGX tem de pagar US$ 3,6 bilhões, segundo a Reuters.
Na segunda, as ações da petroleira (a principal empresa do império X) recuaram mais de 17% na Bovespa. De acordo com levantamento da consultoria Economatica feito em julho, a ação da OGX havia caído mais de 95% desde o pico da sua cotação em 2010.

No início de outubro, a OGX havia comunicado ao mercado que não pagaria cerca de US$ 45 milhões das parcelas referentes a juros de dívidas emitidas no exterior, vencidas no dia 1º deste mês.

O não pagamento foi considerado o primeiro passo do que pode vir a ser o maior calote da história por uma empresa latino-americana, destacou a Reuters.

No comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nessa ocasião, a OGX informou que "a companhia possuia 30 dias para adotar as medidas necessárias sem que seja caracterizado o vencimento antecipado da dívida" de mais de US$ 1 bilhão.

A agência de classificação de crédito Fitch rebaixou, no mês passado, o rating da OGX para "C", de "CCC", apontando que a inadimplência da companhia era iminente ou inevitável.
Derrocada
A derrocada da OGX ganhou força após sucessivas frustrações com o nível de produção da petroleira. No início de julho, a companhia decidiu não seguir adiante com o desenvolvimento de algumas áreas na bacia de Campos (litoral do Rio de Janeiro) antes consideradas promissoras.

Com pouco dinheiro disponível e fracasso na produção, a OGX desistiu de adquirir em agosto 9 dos 13 blocos que arrematou na última licitação de áreas de petróleo, evitando o pagamento de R$ 280 milhões ao governo por direitos exploratórios.

A OGX espera completar a venda de uma fatia em blocos de petróleo que possui para a malaia Petronas, para conseguir um alívio no caixa. A companhia asiática, porém, aguarda a conclusão da reestruturação da dívida da OGX para dar prosseguimento ao negócio, avaliado em US$ 850 milhões.

Eike contratou como assessores o banco Lazard e o grupo de investimentos Blackstone para coordenar as discussões com os detentores de bônus, enquanto revisa sua estrutura de capital e plano de negócios.

No começo de setembro, a diretoria da OGX decidiu exigir de seu controlador aporte de US$ 1 bilhão. O empresário, que viu sua fortuna desabar diante do contágio nas outras empresas "X", questionou a validade do exercício da opção e disse que poderá recorrer à arbitragem.
No mesmo mês, Eike reduziu para 50,16% sua participação no capital da companhia.

Fato relevante

Veja a íntegra do comunicado divulgado nesta terça pela OGX:
A OGX Petróleo e Gás Participações S.A. anuncia que, após meses de negociação com alguns detentores de seus 8,375% Senior Notes com vencimento em 2022 e 8,500% Senior Notes com vencimento em 2018, concluiu as discussões com os detentores de seus bonds, porém nenhum acordo foi alcançado.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir