Patamar "B-" se iguala ao de empresas em situação financeira mais instável.
Contratos de CDS tiveram spread 21% maior, indicando maior risco.
Foto: g1.globo.com As denúncias de um esquema de corrupção envolvendo a Petrobras levaram o prêmio de risco da companhia na semana passada ao maior patamar desde 2009, mostra levantamento da agência de classificação de risco Fitch Ratings.
O spread dos contratos de CDS (credit default swap) de cinco anos da Petrobras subiu 21%, para 335 pontos-base.
É um patamar parecido com o de companhias de grau especulativo classificadas como "B-", que indica empresas de situação financeira em geral mais instável.
O CDS é um tipo de derivativo de crédito comprado como forma de proteção contra inadimplência. Por isso, é usado como um indicativo de risco.
Grau especulativo
Embora a Petrobras seja classificada como "BBB" pela Fitch, o que indica uma companhia com grau de investimento, os spreads dos contratos de CDS da estatal já vinham sendo negociados "consistentemente" em níveis "BB-", que já denota grau especulativo.
"O aumento da preocupação do mercado decorre provavelmente de um suposto escândalo de corrupção envolvendo lavagem de dinheiro e um esquema de suborno", afirma a Fitch.
A agência lembra que dois executivos seniores da Petrobras – os ex-diretores Paulo Roberto da Costa e Renato Duque – foram presos e que a companhia adiou a divulgação do balanço do terceiro trimestre, "provavelmente preocupando ainda mais os investidores".
Num breve relatório sobre o assunto, contudo, a Fitch não faz qualquer referência a possíveis mudanças no rating da Petrobras.
Fonte: g1.globo.com
|