Categoria Geral  Noticia Atualizada em 11-05-2015

Familiares e amigos se despedem da cantora Selma do Coco em
Velório da artista foi realizado no Clube Vassourinhas, no Sítio Histórico. Com 85 anos, ela teve parada cardíaca seguida de falência dos órgãos
Familiares e amigos se despedem da cantora Selma do Coco em
Foto: g1.globo.com

Familiares, amigos e nomes da cultura pernambucana se despediram da cantora Selma do Coco, neste domingo (10), em velório realizado no Clube Vassourinhas, no Sítio Histórico de Olinda, Grande Recife. A despedida de Selma, que detinha o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco, teve a presença do boneco gigante que Silvio Botelho confeccionou há 19 anos e referências ao coco, ritmo que a cantora teve papel fundamental em divulgar Brasil afora. Após o velório, o corpo segue em cortejo pelas ruas de Olinda, acompanhado de música. O enterro ocorreu no Cemitério de Guadalupe.
Selma do Coco, 85 anos, faleceu no sábado (8) depois de ter sofrido "uma parada cardíaca, sendo reanimada, e seguida por falência múltipla de órgãos", segundo nota divulgada pelo Hospital Miguel Arraes, no Grande Recife. A cantora estava internada na unidade de saúde há 28 dias, para onde foi levada após fraturar o fêmur.

O velório ficou cheio de familiares e admiradores. Selma teve três filhos, uma menina que morreu ainda bebê e outros dois homens, que também já faleceram. A cantora ainda criou mais catorze sobrinhos, todos considerados filhos, e diversos netos e bisnetos. "Ela vai deixar muita saudade porque era a mãe de todos nós. Ela passava uma energia muito boa para todo mundo. Até os últimos dias, antes da queda, ela ainda brincava e cantava o seu coco", contou Aurinha do Coco, nora de Selma e que conviveu com ela até os últimos dias.

Muitos nomes da cultura pernambucana também foram prestar suas homenagens, como Lia de Itamaracá, Naná Vasconcelos, Ed Carlos, Silvio Botelho e Mestre Galo Preto. Em setembro do ano passado, as amigas Lia e Selma fizeram a última viagem juntas, para Petrolina, no Sertão do estado. "Pernambuco perde uma de suas molas da cultura. Toda vida Selma foi alegre, rindo sempre e sempre fomos muito unidas, porque é disso que a cultura precisa. Agora estamos separadas nesse plano, mas Selma deixou suas sementes já criadas para continuar seu trabalho" relembrou a cantora.

Naná Vasconcelos fez questão de destacar a importância de Selma para a cultura afro. "Ela sempre foi um dos nossos grandes nomes, defensora das raízes", disse. "O coco e a cultura vão sentir muita falta", completou o Mestre Galo Preto, outro ícone que detém o nome de patrimônio vivo do estado.

Em nota, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), destacou a forca cultural da cantora. "Como nosso Patrimônio Vivo, Dona Selma continuará sendo uma grande referência da cultura de Pernambuco, por sua alegria contagiante, por sua fidelidade às raízes e à expressão mais profunda do nosso povo. Dona Selma levou toda essa riqueza a diversos países, mostrando a diversidade e a resistência da cultura das pernambucanos e dos pernambucanos. Expresso as minhas sinceras condolências aos seus familiares e amigos".

Com a morte de Selma, agora o trabalho da família será em preservar a história do coco e da herança que a cantora deixa. A ideia é transformar a casa onde Selma morava, em Guadalupe, Olinda, num centro cultural. "A gente pretende fazer isso por ela e pela importância de preservar a cultura. Precisamos de apoio, mas queremos perpetuar isso", contou Jaqueline Leite, nora da cantora. "Ela era o centro de nossa família, ainda não sabemos como vamos viver sem ela, mas nunca será esquecida", concluiu o neto Junior Andrade.



Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir