Os arredores do palácio presidencial do Cairo estavam em calma na manhã deste sábado, após outra noite de manifestações dos opositores do presidente Mohamed Mursi.
Foto: veja.abril.com.br Ao redor do edifício, em Heliópolis, no grande subúrbio da capital egípcia, os soldados estavam mobilizados nos postos de controle e junto às cercas instaladas nas ruas adjacentes.
Na véspera, cerca de 10 mil manifestantes se reuniram no mesmo local para protestar contra Mursi, acusado de estar submetido à Irmandade Muçulmana. Muitas pessoas pularam a cerca e invadiram o perímetro de segurança, mas não conseguiram chegar ao palácio.
Mais de uma centena de manifestantes dormiram nas barracas instaladas nas imediações do palácio e em uma mesquita adjacente. "Estou disposto a morrer. Todos estão dispostos a morrer aqui. Eu me oponho à violência, mas, se nos oprimirem, teremos que reagir", declarou um deles.
O homem admitiu que o "diálogo" com o poder precisava ser estabelecido antes de 15 de dezembro, data do referendo sobre o projeto de Constituição que divide profundamente o Egito.
A sexta-feira foi batizada de dia "do cartão vermelho" para denunciar o decreto de 22 de novembro através do qual Mursi estendeu seus poderes e protegeu suas decisões contra qualquer recurso judicial, assim como o projeto de Constituição. Seus opositores afirmam que este projeto abriria caminho para uma extensão da lei islâmica e ofereceria poucas garantias para as liberdades.
No entanto, o vice-presidente Mahmud Mekki explicou à AFP que Mursi estava disposto a adiar o referendo se a oposição garantisse que não questionará o chefe de Estado já que, segundo a lei, a votação deve ocorrer duas semanas após a apresentação do texto ao presidente.
Fonte: noticas.terra.com
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