Imagine um chefe que elogia todos os seus funcion�rios, promete in�meras promo��es e nunca critica o trabalho de ningu�m. Parece um sonho?
Foto: exame.abril.com.br Se voc� respondeu mentalmente que sim, h� uma grande chance de voc� nunca ter trabalhado para algu�m com esse perfil.
Quem j� teve l�deres "bonzinhos" percebe, mais cedo ou mais tarde, que essa atitude prejudica o desempenho e at� a motiva��o da equipe.
De acordo com Jill Geisler, professora do Poynter Institute e autora do livro "Como se tornar um �timo chefe" (Editora Sextante), a complac�ncia e o medo do conflito s�o pecados mortais para um chefe.
"Mudan�as necess�rias s�o adiadas, maus funcion�rios n�o s�o advertidos e bons funcion�rios ficam sobrecarregados com tarefas alheias", afirma Jill. "A mediocridade floresce".
Segundo a autora, profissionais ambiciosos, com desejo de crescer, s�o os mais prejudicados com a inabilidade do gestor para dar feedback negativo.
Oito ou oitenta
Com a populariza��o do debate sobre ass�dio moral no trabalho, mais empresas come�aram a se preocupar com os "modos" de seus gestores.
Foi uma evolu��o bem-vinda. "Chefes que aterrorizam suas equipes destroem a motiva��o para trabalhar", diz Jill. "� �timo que as empresas tenham percebido os perigos desse comportamento t�xico".
O �nico risco dessa atitude � aderir ao extremo oposto: a complac�ncia. "Eliminar as agress�es n�o significa que o chefe n�o possa ser exigente ou cobrar responsabilidades", explica a autora.
Nem grosseiro, nem vacilante: o l�der ideal � en�rgico nas horas certas e sabe criticar sem desrespeitar. "Ele deve ter intelig�ncia emocional para construir rela��es positivas, dar feedback, treinar e mostrar que se importa com o bem da equipe", diz Jill.
Padr�o nacional
De chefes bonzinhos, o Brasil est� cheio. Segundo Jo�o Marcelo Furlan, diretor da Enora Leaders, isso se deve ao nosso t�pico car�ter cordial - assunto recorrente em livros de sociologia e blogs de turistas estrangeiros.
"Como outros latinos, o brasileiro odeia dizer n�o", diz o especialista. "Temos muito medo de melindrar o outro".
No ambiente de trabalho, esse padr�o de comportamento cria chefes cordatos e paternalistas.
O problema � que, ao se abster de cr�ticas e coment�rios negativos na rotina, eles acabam surpreendendo seus chefiados quando demitem subitamente um funcion�rio ou negam uma promo��o que haviam prometido. Poupada nas horas erradas, a equipe sofre depois.
Mas d� para mudar uma atitude t�o enraizada na nossa pr�pria cultura? O ideal, segundo Furlan, � que as empresas ofere�am treinamento e orienta��o para mudar a atitude de gestores com esse perfil.
Sem essa interven��o, � quase certo que a produtividade e a motiva��o da equipe sigam ladeira abaixo. "Se isso ocorrer, ele pode ser at� demitido", diz Furlan. "De uma forma ou de outra, vai aprender a li��o".
Fonte: exame.abril.com.br
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